sábado, 21 de novembro de 2009

A máscara


Eu sei que hà muito pranto na existência,
Dores que ferem corações de pedra
E onde a vida borbulha e o sangue medra,
Aí existe a mágoa em sua essência.

No delírio, porém, da febre ardente
Da ventúra fulgaz e transitória
O peito rompe a capa tormentória
Para sorrindo palpitar contente.
Assim a turba inconsciente passa,
Muitos que esgotam do prazer a taça
Sentem no peito a dor indefinida.

E entre a mágoa que a másc'ra eterna apouca
A Humanidade ri-se e ri-se louca
No carnaval intérmino da vida.


Augusto dos anjos

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